Em 1905, a Câmara Municipal de Guimarães aprovou a proposta de arrendamento do Estabelecimento Termal das Taipas. A 18 de abril de 1906, José Antunes Machado morador nas Taipas, arremata pelo lance mais elevado, estipendiado em 520$000 réis anuais a concessão da exploração industrial e comercial das nascentes de águas termais durante 18 anos renováveis por 4 períodos iguais. Nos três anos seguintes, o aludido concessionário vai dar início à implementação de uma série de infra-estruturas como sejam uma “buvette” de captação e distribuição das águas minero-medicinais e de um moderno balneário (designado de “Banhos Novos”).
No entanto, José Antunes Machado depressa cede os direitos de exploração a um consórcio denominado Empresa Termal das Taipas S.A.R.L. criado por escritura pública de 4 de maio de 1910 com todos os direitos e obrigações constantes do contrato celebrado em 1906. Porém, em abril de 1915, procede-se a uma alteração nos termos do contrato, ficando estipulado que em caso de rescisão do acordo, a Empresa Termal ficava obrigada a entregar todas as instalações termais, salvaguardando todos os terrenos e edificações adquiridos a partir dessa data. Este documento foi celebrado, certamente já com a intenção por parte dos accionistas da Empresa, de construir uma unidade hoteleira com vista a potencializar os recursos hidrotermais. Será por conseguinte, uma data relevante para o fomento do turismo termal nas Caldas das Taipas, pois inicia-se a 3 de Outubro do mesmo ano a construção do Hotel das Termas, da autoria do arquitecto portuense Eduardo da Costa Alves. A Primeira Guerra Mundial originou a carestia de materiais e a falta de operários, provocando assim sucessivos atrasos na construção da última ala desta unidade hoteleira, que apenas ficaria concluída em 1923.
A dinâmica do termalismo Taipense está bem patente no conforto deste hotel, frequentado por ilustres visitantes ligados à vida cultural e política da época. Destaca-se o presidente da República General Óscar Fragoso Carmona que aí esteve hospedado com a sua família, aquando do evento das Comemorações do Duplo Centenário em Guimarães (1940). Outra personalidade de relevo é o escritor Ferreira de castro que desde a década de 60, passava as suas férias no seio desta povoação minhota, hospedando-se neste mesmo hotel, onde mantinha uma escrivaninha de trabalho. Um ano após do lançamento da primeira pedra do Hotel das Termas, o Grande Hotel Vilas edificado na 2ª metade do XIX, sofre importantes obras de ampliação. Com 23 quartos, funcionaria até ao início da década de 90, do século XX. As restantes unidades hoteleiras das Caldas das Taipas, o Hotel Braga e o Grande Hotel das Taipas teriam uma duração efémera, encerrando na década de 30 do século passado, sofrendo a concorrência do Hotel das Termas, ainda hoje em atividade.
Pelo Decreto-Lei nº27424, de 31 dezembro 1936, em substituição das Comissões de Iniciativa são criadas as Juntas de Turismo. Imediatamente é formada a Junta de Turismo da Estância Termal das Taipas, que nas décadas seguintes, irá proceder à construção das seguintes estruturas: ringue de patinagem (1938), palco dos jogos do “Turismo-Hoquei Clube de Caldas das Taipas”; piscinas para adultos e crianças (1950); parque infantil; campos de ténis (1948); parque de campismo e de um posto de turismo. Com estes equipamentos, esta vila transformou-se nas décadas de 50 e de 60 do século XX, num importante e dinâmico centro turístico e desportivo no norte de Portugal.
Em 1985, a Câmara Municipal de Guimarães rescindiu o contrato que outorgava a concessão da exploração das águas termais à Empresa Termal das Taipas. No ano seguinte, a autarquia forma a Taipas-Turitermas-Cooperativa de Interesse Público de Responsabilidade Limitada com o propósito de assumir a gestão e a modernização do estabelecimento termal e dos equipamentos turísticos existentes, estes últimos até então dependentes da Junta de Turismo das Taipas.